BOLHAS FINANCEIRAS
Quais são os tipos de bolhas, como se formam e alguns exemplos:
Uma mania especulativa pode surgir sobre qualquer coisa, de criptomoedas como Bitcoin e Dogecoin a ações de memes como Gamestop e AMC, ou preços de imóveis por exemplo.
As bolhas do mercado de ações envolvem preços de ações que sobem rapidamente e muitas vezes desproporcionalmente ao valor fundamental de suas empresas (seus lucros, ativos, etc).
As bolhas do mercado de ativos envolvem outras indústrias ou setores da economia, fora do mercado de ações. O mercado imobiliário é um exemplo clássico. Os aumentos em moedas, tradicionais como o dólar americano ou euro ou criptomoedas como Bitcoin ou Litecoin.
As bolhas de crédito envolvem um aumento súbito de empréstimos a consumidores ou empresas, de instrumentos de dívida e de outras formas de crédito. Exemplos específicos de ativos incluem títulos do governo ou hipotecas. O fator precipitante para a crise financeira de 2007-2008 foi o estouro da bolha de empréstimos hipotecários devido a uma alta taxa de inadimplência resultante de empréstimos hipotecários com alto grau de risco.
Bolhas precisam ter três condições necessárias. A primeira é especulação, que acontece quando indivíduos compram um ativo na esperança de obter um ganho no curto prazo. A segunda é quando as taxas de juros na economia tendem a estar em mínimos históricos, causando um apetite de risco maior nos investidores já que pedir dinheiro emprestado no banco fica mais barato. A terceira condição é a fácil comercialização do ativo, que é a capacidade de comprar e vender rapidamente um ativo de certa forma ou outra, como vemos hoje com as diversas plataformas online, onde é super fácil de negociar ativos nos mercados financeiros ou cripto.
Esses estágios também descrevem o padrão básico de uma bolha:
Deslocamento. Ocorre quando os investidores se apaixonam por um novo paradigma, como uma nova tecnologia inovadora ou taxas de juros historicamente baixas.
Boom. Os preços sobem lentamente no início, mas depois ganham impulso à medida que mais e mais participantes entram no mercado.. Durante esta fase, o ativo em questão atrai ampla cobertura da mídia. O medo de perder o que poderia ser uma oportunidade única na vida estimula mais especulações, atraindo um número crescente de investidores.
Euforia. Durante esta fase, a cautela é jogada para fora da janela, à medida que os preços dos ativos disparam. Aqui se aplica a teoria do "maior tolo" - a ideia de que não importa o quanto o preço subir, sempre haverá um mercado de compradores dispostos a pagar mais. No auge da bolha imobiliária japonesa em 1990, os espaços nobres de escritórios em Tóquio eram vendidos por até 139 mil dólares por metro quadrado.
Sacando os Lucros. Nesta fase, o dinheiro inteligente (controlado por bancos e fundos grandes) começa a vender posições e a obter lucros antecipando que a bolha está prestes a estourar.
Pânico. Leva apenas um evento relativamente pequeno para furar uma bolha, mas uma vez que é furada, a bolha não pode inflar novamente. Nesse estágio, os preços dos ativos invertem o curso e descem tão rapidamente quanto haviam subido. Investidores e especuladores agora querem liquidar o ativo a qualquer preço.
COLAPSO NO MERCADO DE CRIPTO
Mais um ano, e mais outro colapso do Bitcoin:
Na segunda-feira, o Bitcoin caiu 17%, para US$ 22.603, o menor nível em cerca de 18 meses. Outras criptomoedas também caíram à medida que uma forte venda continuou no mercado. O índice MVIS CryptoCompare Digital Assets 100, que mede 100 dos principais tokens, também caiu 17%. E o valor total de mercado, que chegou a US$ 3 trilhões em novembro, hoje caiu abaixo de US$ 1 trilhão.
A cada quatro anos, a quantidade de Bitcoin que os mineradores recebem para resolver os problemas algorítmicos que permitem que eles registrem transações no blockchain é reduzida pela metade. Toda vez que isso aconteceu, desencadeou uma subída parabólica no preço do Bitcoin.
Isso significa que, não importa o quão atrasado você estivesse no ciclo anterior, mesmo que você comprasse no auge, desde que esperasse quatro anos, você sempre ganhava dinheiro.
Se o Bitcoin cair abaixo de US$ 19.500, isso não será mais verdade. Agora, não estou dizendo que isso significaria o fim do Bitcoin, mas prejudicaria seriamente sua narrativa de longo prazo.
Um mês após a implosão da stablecoin Terra ter abalado o mercado de criptomoedas, outra crise está causando uma nova angústia em todo o universo de ativos digitais. A Celsius Network, um dos maiores credores em criptomoedas e um ator-chave no mundo das finanças descentralizadas, disse no final do domingo que estava pausando saques, trocas e transferências após semanas de especulação sobre sua capacidade de compensar os retornos descomunais oferecidos em alguns de seus produtos, incluindo rendimentos de até 17% ao ano.
Charlie Munger, investidor bilionário, um dos pais do value investing e que preside a Berkshire Hathaway junto com Warren Buffet, já tinha avisado sobre os riscos de investir em criptomoedas. Em abril, Munger disse “Bitcoin é estúpido porque é muito provável que vá a zero”.
Warren Buffet, considerado um dos maiores investidores de todos os tempos, também criticou fortemente o Bitcoin no começo do mês. Os principas motivos citados são que o Bitcoin não produz nada tangível e não é uma moeda de troca que funciona.
À medida que o preço do Bitcoin aumenta, as externalidades negativas associadas à mineração de Bitcoin também aumentam. O aumento recorde no preço do Bitcoin no início de 2021 fez com que a rede consuma tanta energia quanto todos os data centers no mundo, com uma pegada de carbono associada correspondente ao tamanho da pegada de Londres.
Além desses impactos ambientais, a produção de equipamentos de mineração de cripto pode exacerbar a escassez global de chips. Esse nível de consumo de energia afetará continuamente o Bitcoin no futuro.